quinta-feira, 25 de julho de 2013

À Minha Irmã




O tempo passou e eu não vi. Pra mim você ainda é aquela menina teimosa, chorona... Que dizia que, quando crescesse, seria igual a mim. E quem ia negar, se você já tinha tanto de mim em você?
Aquela pequena que me rabiscava as agendas com tantos votos de admiração, que me arrancava do fundo peito um sentimento precoce de mãe...
Pra mim, eu ainda vou pentear seus cabelos e levá-la à escola com aquela trança que você odiava! Ainda vou brigar com você e, depois, chorar escondido... E pedir perdão, com medo que você deixe de me amar e admirar...
Pra mim eu ainda vou sentir aquela mão pequena e macia que segurava a minha e pesava... Você andava sempre a se pendurar!
Eu ainda vou acordar um dia, qualquer dia, com aquele rostinho pequeno a me encarar... Num sonho, numa filha que Deus irá me dar! Pois, não menos que isso você é e sempre será: uma filha que eu só não tive a chance de gerar! E compensei tudo nesse meu jeito falho, mas, sincero de amar. É como eu quero te guardar.



(Para minha irmã caçula, Mônica Ashley)

Por Michelly Bélier
(11.03.2013)

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