quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Preciso De Alguém




Preciso de alguém pra me ouvir ,
mais não posso contar nada..
Alguém pra fica do meu lado ,
mesmo que eu queira ficar sozinha.
Alguém que me queira bem de verdade,
sem nada me esconder..

Preciso de alguém que me dê carinho ,
sem ser preciso eu pedir;
Alguém que enxugue as minhas lágrimas,
até mesmo quando eu não estiver chorando..
Que ria das minhas piadas sem graça..
desde antes de eu terminar de conta-las!

Preciso de alguém que não morra antes de mim,
mesmo que eu viva 200 anos!
Preciso de alguém que me entenda,
alguém que corra atrás de mim..
Preciso de alguém que fique,
mesmo quando eu peço pra ir embora!

Preciso de alguém que me diga a verdade,
mesmo que eu já tenha acreditado na mentira..
Alguém que durma comigo,
mesmo que ainda seja dia..
Alguém que almoce comigo,
mesmo sem estar com fome ainda!

Preciso de alguém que seja criança,
mas que saiba falar serio..
Preciso de alguém que sinta amor,
mesmo nunca tendo me conhecido!
*-*

Preciso de alguém que me chame de linda,
mesmo que não haja beleza alguma em meu rosto
ou verdade alguma em suas palavras..
Mas, eu precise ouvir.

Preciso de alguém que acorde cedo às vezes e faça o café,
que me dê dois beijos antes de dormir..
Preciso de alguém que saiba curtir a vida,
sem precisar me trair!

Preciso de alguém que me ame todos os dias,
e que toda noite me encontre com olhar de quero mais!
Alguém que me faça sentir arrepios,
que converse comigo ao telefone, que lembre de mim!

Preciso de alguém  que escreva ou diga o que sente,

preciso de alguém de verdade,
alguém com todas essas qualidades..
Antes que eu morra sem ter sentido a alegria de ser amada..



Poema de
Tiago Henrique,
adaptado por Michelly Carneiro.



O poema original já é muito lindo..
Quem quiser conhecer, clica no nome do moço! ;D

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Quando Você Ficar Sozinho




Um dia você vai estar sozinho, vai fechar os olhos.. tudo estará negro e você lembrará de mim. Os números da sua agenda passarão claramente na sua frente e você não terá nenhum para discar. Sua boca vai tentar chamar alguém, mas não terá restado alguém solidário o bastante para sair correndo e te dar um abraço, nem te colocar no colo, ou acariciar seus cabelos até que o mundo pare de girar. Nessa fração de segundos, quando seus pés se perderem do chão, você vai lembrar da minha ternura e do meu sorriso infantil.
Virão súbitas memórias gostosas dos meus abraços e beijos, da minha preocupação com você e só vão ter algumas músicas repetindo no seu radio: as nossas. Em um novo momento você vai sentir um aperto no peito, uma pausa na respiração e vai torcer bem forte para ter o nosso mundinho complicado de novo, o nome disso é saudade, aquilo que eu tinha tanto e te falava sempre.
E quando você finalmente discar meu número, ele estará ocupado, ou nem será mais o mesmo, ou talvez eu não queira mais te atender. E se você bater na minha porta ela estará trancada e, se aberta, mostrará uma casa casa vazia.
Seus olhos te ensinarão o que são lagrimas, aquelas que eu te disse que ardiam tanto. O nome do enjôo que você vai sentir é arrependimento, e a falta de fome que virá chama-se tristeza. Então quando os dias passarem e eu não te ligar, quando nada de bom te acontecer e ninguém te olhar com meu olhar encantado e fiel, você encontrará a famosa solidão, a partir daí o que acontecerá, chama-se surpresa. Você perceberá que todos aqueles defeitos que você criticava eram perfeitamente perdoáveis, e as qualidades que você não conseguia amar, um motivo para viver. E, provavelmente o remédio para todas essas sensações , é o tal do tempo que você tanto falava.


Texto escrito por Victoria Almeida
Adaptado por Michelly Carneiro, hoje.


' Porque eu o achei tocante, profundo..
sincero como eu queria ser. ;*

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Longe de Ti



Quando longe de ti eu vegeto,
Nessas horas de largos instantes,
O ponteiro, que passa os quadrantes,
Marca séculos, se esquece de andar.
Fito o céu — é uma nave sem lâmpada.
Fito a terra — é uma várzea sem flores.
O universo é um abismo de dores,
Se o vazio me vem abraçar..

Então lembro os momentos passados.
Lembro então tuas frases queridas,
Como o infante que as pedras luzidas
Uma a uma, desfia na mão.
Como a virgem que as jóias de noiva
Conta alegre a sorrir de alegria,
Conto os risos que deste-me um dia
E que eu guardo no meu coração.


Lembro ainda o lugar onde estavas...
Teu cabelo, teu rir, teu pedido..
De teu lábio o fulgor incendido..
Destas mãos a beleza ideal..
Lembro ainda em teus olhos, querido,
Este olhar de tão lânguido raios,
Este olhar que me mata em desmaios
Doce, terno, amoroso, fatal!...

Quando a estrela serena da noite
Vem banhar minha fonte saudosa,
Julgo ver nessa luz misteriosa,
Doce amigo, um carinho dos teus!
E ao silêncio da noite que anseia
De volúpia, de anelo vivido,
Eu confio o teu nome, querido,
Para as brisas levarem-no aos céus.

De ti longe minh’alma vegeta,
Vive só de saudade e lembrança,
Respirando a suave esperança
De viver como escrava a teus pés,
De sonhar teus menores desejos,
De velar em teus sonhos dourados,
"Mais humilde que os servos curvados!
"Inda mais orgulhosa que os reis"!

Ó meu Deus! Manda às horas que fujam,
Que deslizem em fio os instantes...
E o ponteiro que passa os quadrantes
Marque a hora em que o posso fitar!
Como Tântalo à sede morria,
Sem achar o conforto preciso..
Morro à míngua, meu Deus, de um sorriso!
Tenho sede, Senhor, de um olhar.




Poema de Castro Alves.
Adaptado por Michelly Carneiro, há algum tempo..



' Esse poema é o meu preferido do Castro Alves..
Ele fala muito (não.. tudo!) do que eu quero falar..
Desde que o li pela primeira vez, aos 18 anos,
eu me apaixonei por seus versos.. e quase os decorei.
Hoje, vivo isso que ele fala.. e o posto.. e o dedico..
(Já o postei aqui.. mas, na versão original)
/

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Um Sonho Sobre um Estranho Mar





Elas estavam se divertindo... ao todo, eram 6.
O começo daquele encontro havia sido conturbado: Lorenna, a mais
velha do grupo, estava voltando do trabalho e deveria encontrar seu
chefe para uma espécie de conspiração na qual alguns membros de
sua instituição estavam envolvidos... Seria um tipo de confronto, e o
outro grupo nada sabia do deles.
Antes de chegar de vez ao local marcado, ela passaria por ele
enquanto estivesse indo pra casa, mas isso não seria problema, até
onde sabia, o grupo opositor não conhecia os rostos do seu... Será?
Lorenna desce do onibus e se depara com o líder da oposição...
Ao longe, ele a encara. Ela baixa os olhos, aperta o passo... ele vai ao
seu encontro, a segue, a alcança! Chega chamando-a pelo nome que
lê em sua farda, seu segundo nome, ela o corrige: - Lorenna. Pois não?
Ele prossegue, convida-a para fazer parte do confronto em seu grupo.
Ele não sabe quem ela é. Ou saberia?
Lorenna se esquiva, diz que tem que ir pra faculdade, que saiu cedo
do trabalho pra isso e sai em disparada! Passa em casa, troca a roupa
e vai, temerosa, encontrar seu grupo no local do confronto. Ela ainda
não o conhecia, não tinha ido a nenhum dos treinos, ela não pôde,
ela não quis... Reconhece alguns rostos, a maioria eram mulheres.
Uma delas se aproxima, já a tinha visto, mas não a conhecia bem.
O confronto foi cancelado - diz a garota - O líder da oposição,
simplesmente, fugiu..
Lorenna não entende... há pouco ele parecia determinado, tentando
convencê-la a ajudá-lo, parecia confiante!
Lorenna, realmente, não entende.

A cena muda, ela e as outras cinco mencionadas no inicio estavam
numa especie de parque.. não! Floresta. Aquilo, definitivamente era
uma floresta.. Ela identifica suas companheiras: Karol, uma amiga que
há tempos não via e que parecia bem mais nova do que deveria estar;
Nara e Anne, suas irmãs mais novas; Amanda, sua melhor amiga da
adolescência; e Larissa Tamara, amigas de sua irmã Anne e, por
consequência, suas também.
As meninas corriam eufóricas rumo a uma gruta de pedras e Lorenna
tentava acompanhá-las, entender pra onde estavam indo, ela ainda
não havia assimilado que não estava mais no confronto.
De repente, ela assimila, descobre onde está e fala:
- Mas, não é perigoso? Soube que quem entra aí nunca volta!
Uma delas responde: Volta sim, que a Karol ja foi e voltou!
Lorenna lembrou então da antiga história...
Ao entrarem na gruta Lorenna percebe que estavam todas usando
uma especie de segunda pele e, após escadas e escadas, tudo já
está muito escuro e elas chegam a um tipo de escorregador aquático
natural. Lorenna sente que chegou o ponto crucial:
Aquele escorregador era o portal.
Elas decidem quem vai na frente e a escolhida é NaraLorenna a
próxima e as outras atrás. Começa a descida e elas deparam-se
com umas criaturas pequenas, parecidas crianças vestindo o mesmo
que elas, mas a deles acende no escuro.. pareciam duendes com
caras trancadas e olhos bem negros. Elas vinham subindo, contra
a gravidade! Nara tem medo, se desespera, grita, tenta parar...
o peso de Lorenna a empurra... não tem volta.
Pelo menos não que Lorenna conheça.
Depois de minutos descendo e gritando elas chegam ao fim do
apertado escorregador: é um mundo de pessoas normais como elas,
mas, com uma estranha diferença:
Eles não podem entrar nem tocar no mar!
Vivem em uma casa dentro de uma enorme bolha de plástico,
bem na praia, olhando o dia inteiro pro mar.
Há uma porta na bolha, direto aberta.. Lá fora, mais pessoas,
elas não sabem qual delas veio do mundo de cima, do mundo delas,
a quem o mar é proibido... elas se misturam.
Tamara se fascina com o mar, não acredita que não pode mais
toca-lo, ela quer ir até ele, mergulhar!
Uma mulher alerta as garotas:
'Não adianta.. o próprio mar fugirá de vocês.
Uma vez que estão aqui, estão presas a essa condição.'
Tamara Lorenna riem. Lorenna fala:
É ridículo! Se eu entrar no mar ele não vai me molhar?
Uma onda enorme se forma, quebra bem na praia, muito
próximo da bolha e cai bem na divisa, tocando apenas
um telhado acima das meninas, enfileiradas olhando a cena.
A mulher dá de ombros e sai.
Tamara Lorenna saem da bolha, sentem a areia da praia...
as outras observam lá de dentro.
Outra onda se forma. Lorenna corre ao seu encontro,
quer provar que pode tocá-la, pára onde a onda deveria
cair com força. A onda quebra, vem... e se desfaz no ar,
antes de chegar em Lorenna!
As meninas olham assustadas, Lorenna está confusa, frustrada.
Tamara não se dá por convencida, corre pro mar. Uma onda
vem e, para surpresa das meninas, a onda toca em seus pés.
Tamara sorri vitoriosa e senta na areia.
Uma outra onda se forma, vem, quebra e sai puxando Tamara
pelos pés. O sorriso da garota se desfaz, ela é abraçada pela
onda e grita! Um homem salta pra salvá-la, agarra Tamara e a
puxa de volta a areia. Outra onda vem... tenta puxar Tamara
dos braços do homem... o mar parece querer Tamara!
A garota se recupera do susto mas não tira os olhos do mar.
Lorenna a observa.
Tamara se levanta vai em direção à água.
- Se ele me quer, devo ir. - Ela fala.
Todas em pânico, Tamara vai rumo a um barco que esta
encostado na praia. As ondas rugindo. Ela caminha. Ninguém reage...
Eu acordo.

domingo, 21 de agosto de 2011

Já dizia Mário Quintana




Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti..
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

[ Do Amoroso Esquecimento ]

♥ ‹-› 

Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!

[ Da Felicidade ]

♥ ‹-› 

Não te abras com teu amigo
Que ele um outro amigo tem.
E o amigo do teu amigo
Possui amigos também..

[ Da Discrição ]


Não te irrites, por mais que te fizerem..
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio..



[ Da Observação ]




♥ ‹Mário Quintana› 

sábado, 20 de agosto de 2011

Poema para Viver





Não se acostume com o que não o faz feliz,
revolte-se quando julgar necessário. 
Alague seu coração de esperanças,

mas não deixe que ele se afogue nelas. 

Se achar que precisa voltar, volte! 
Se perceber que precisa seguir, siga! 
Se estiver tudo errado, comece novamente. 
Se estiver tudo certo, continue..


Se sentir saudades, mate-a. 
Se perder um amor, não se perca! 
Se o achar, segure-o!



[ Fernando Pessoa ]

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Conheça Pablo Neruda




Pablo Neruda nasceu em Parral, em 12 de julho de 1904, com o nome de Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto. Era filho de um operário ferroviário, e de uma professora primária, morta quando Neruda tinha apenas um mês de vida. Ainda adolescente adotou o pseudônimo de Pablo Neruda (inspirado no escritor checo Jan Neruda), que utilizaria durante toda a vida, tornando-se seu nome legal, após ação de modificação do nome civil.
Em 1906 seu pai se mudou para Temuco e casou com Trinidad Candia Marverde, que o poeta menciona em diversos textos, como "Confesso que vivi" e "Memorial de Ilha Negra", como o Mamadre. Estudou no Liceu de Homens dessa cidade e ali publicou seus primeiros poemas no periódico regional "A Manhã". Em 1919 obteve o terceiro lugar nos Jogos Florais de Maule com o poema "Noturno Ideal".
Em 1921 radicou-se em Santiago e estudou pedagogia em francês na Universidade do Chile, obtendo o primeiro prêmio da festa da primavera com o poema "A Canção de Festa", publicado posteriormente na revista Juventude. Em 1923 publica Crespusculário, que é reconhecido por escritores como Alone, Raúl Silva Castro e Pedro Prado. No ano seguinte aparece pela Editorial Nascimento seus Vinte poemas de amor e uma canção desesperada, no que ainda se nota uma influência do modernismo. Posteriormente se manifesta um propósito de renovação formal de intenção vanguardista em três breves livros publicados em 1936O habitante e sua esperançaAnéis (em colaboração com Tomás Lagos) e Tentativa do homem infinito.
Em 1935, Manuel Altolaguirre entrega a Neruda a direção da revista Cavalo verde para a poesia na qual é companheiro dos poetas da geração de 1927. Nesse mesmo ano aparece a edição madrilenha de Residência na terra.
Em 1936, eclode a Guerra Civil espanhola; Neruda é destituído do cargo consular e escreve Espanha no coração. Em 1945 é eleito senador. No mesmo ano, lê para mais de 100 mil pessoas no Estádio do Pacaembu em homenagem ao líder comunista Luís Carlos Prestes. Em 1950 publica Canto Geral, em que sua poesia adota intenção social, ética e política. Em 1952 publica Os Versos do Capitão e em 1954 As uvas e o vento e Odes Elementares.
Em 1953 constrói sua casa em Santiago, apelidada de "La Chascona", para se encontrar clandestinamente com sua amante Matilde, a quem havia dedicado Os Versos do Capitão. A casa foi uma de suas três casas no Chile, as outras estão em Isla Negra e Valparaíso. "La Chascona" é um museu com objetos de Neruda e pode ser visitada, em Santiago. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Lênin da Paz.
Em 1958 apareceu Estravagario com uma nova mudança em sua poesia. Em 1965 lhe foi outorgado o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Oxford, Grã-Bretanha. Em outubro de 1971 recebeu o Nobel de Literatura. Após o prêmio, Neruda é convidado por Salvador Allende para ler para mais de 70 mil pessoas no Estadio Nacional de Chile.
Morreu em Santiago em 23 de setembro de 1973, de câncer na próstata. Postumamente foram publicadas suas memórias em 1974, com o título Confesso que vivi.
Em 1994 um filme chamado Il Postino (também conhecido como O Carteiro e O Poeta ou O Carteiro de Pablo Neruda no Brasil e em Portugal) conta sua história na Isla Negra, no Chile, com sua terceira mulher Matilde.
Durante as eleições presidenciais do Chile nos anos 70, Neruda abriu mão de sua candidatura para que Allende vencesse, pois ambos eram marxistas e acreditavam numa América Latina mais justa o que, a seu ver, poderia ocorrer com o socialismo. De acordo com Isabel Allende, em seu livro Paula, Neruda morreu de "tristeza" em setembro de 1973, ao ver dissolvido o governo de Allende.

Template by:

Free Blog Templates